RESUMO:
O presente trabalho visou investigar a participação de homens negros no grupo Catopés, como estratégia de sobrevivência, auxiliando-os a lidar com a pobreza e com a discriminação racial que os afeta. A Congada é uma das mais importantes manifestações da cultura popular brasileira. O ritual é um festejo de devoção a santos católicos, uma mistura de elementos da cultura africana com aspectos da cultura ibérica. Em sua configuração atual, a Congada em Montes Claros se subdivide em seis grupos, sendo três Ternos de Catopés; duas Marujadas e um grupo de Caboclinhos. A pesquisa examinou documentos históricos conservados em arquivo público e particular, jornais datados dos anos de 1884 a 1999; Atas da Câmara Municipal de Montes Claros de 1961 a 1967 e depoimentos orais colhidos com os lideres do grupo Catopés. Examinou a participação dos lideres dos Catopés na tradicional Festa da cidade, que acontece durante o mês de agosto. O trabalho estruturou-se em três eixos. Primeiro, analisou a história da Congada e sua inserção no Brasil via escravidão, reflete sobre as particularidades dos Catopés, que são representantes da Congada, na cidade de Montes Claros. Segundo reconstroem a historia da Igreja do Rosário, por meio de análises de jornais, Atas da Câmara Municipal e relatos orais. Terceiro, faz uma contextualização histórica da participação na festa como brincadeira articuladora de estratégias, mobilização, formas de resistência e ainda utilizada como preservação das tradições culturais. Elenca alguns elementos que fazem parte do ritual da festa. Elementos que simbolizam rituais africanos que foram preservados historicamente. A pesquisa constatou que a participação no grupo auxilia como estratégia de sobrevivência que ajuda seus integrantes a lidar com as o preconceito, discriminação e demais dificuldade cotidiana.
COORDENADORA:
Dra. Angela Ernestina Cardoso de Brito